Mas aqui estou eu de volta. Desde a minha primeira carta venho pensando muito em como farei para aceitar o que sou.
Sim, voltei a escrever depois de alguns meses porque não entedia o que se passava em minha vida, comecei a compreender a pouco tempo. Não pedi a imortalidade que tantos desejam e sim, pedi para superar a dor que consumia o meu peito, mas os deuses não me ouviram, e sim o Lorde, que entendeu o meu suplico de forma estranha e assustadora. Não desejo essa vida nem as piores almas. Mesmo por que isto não é vida, a muito que a vida não existe neste corpo que levanta esta pena para escrever mais uma carta desprovida de sentimentos.
Não sei ao certo quanto tempo se passou desde a minha transformação, mas é como se tivesse passado todo uma vida, desde a infância até a velhice, e depois retornando a ser criança para então envelhecer novamente. Os dias passam e a eternidade me parece algo insuportável.
Passei muito tempo deitada, aceitando o que me era dado para saciar a fome, uma fome sem fim. Me lembro da primeira noite em que puder sentir no que se baseava a minha fome. Ou seria sede?
Estava em minha cama, a mesma cama que dormia quando ainda era viva, e o lorde veio me visitar, não poderia deixar de mencionar o quão belo era aquele ser apesar de todo o medo que nutria em meio peito por aquela criatura, que até aquela noite ainda era bastante desconhecida para mim.
Ele veio andando lentamente, como quem valsa se aproximou de mim e me perguntou
- A criança tem fome, sente vontade de beber algo. Sua voz parecia uma melodia da qual eu poderia passar a noite ouvindo e ainda assim não me cansaria de me inundar com aquele som maravilhoso. Mas havia algo na pergunta dele que realmente chamou minha atenção, eu estava com fome, muita muita fome, mas não tinha vontade de comer nada. Mas ele parecia ouvir tudo o que eu estava pensando e se aproximou de mim, se ajoelhou no chão ao meu lado na cama e trazia em uma de suas mãos uma taça de cristal, que brilhava e cintilava contrastando com o líquido escuro que jazia dentro dela. Eu senti o cheiro e quase por impulso senti meu corpo se erguer e mais rápido do que a minha mente pode acompanhar eu já estava aos pés de Lúcios, olhando paralisada a taça e desejando sentir o gosto daquele líquido que me parecia muito com vinho mas eu sabia desde o momento que coloquei meus olhos nela que o cheiro era muito melhor que vinho, era uma aroma diferente de tudo que já havia sentido em minha vida. Segurei a taça e Lúcios não fez objeção aos meus movimentos, apenas sorriu e fez um sinal com a cabeça como quem indica para continuar a fazer o que já havia começado, a esta altura minhas mãos já envolviam aquela taça e minha boca sentia pela primeira vez o gosto do sangue humano. Não fazia idéia de como era maravilhoso e saboroso aquele líquido.
Sim, voltei a escrever depois de alguns meses porque não entedia o que se passava em minha vida, comecei a compreender a pouco tempo. Não pedi a imortalidade que tantos desejam e sim, pedi para superar a dor que consumia o meu peito, mas os deuses não me ouviram, e sim o Lorde, que entendeu o meu suplico de forma estranha e assustadora. Não desejo essa vida nem as piores almas. Mesmo por que isto não é vida, a muito que a vida não existe neste corpo que levanta esta pena para escrever mais uma carta desprovida de sentimentos.
Não sei ao certo quanto tempo se passou desde a minha transformação, mas é como se tivesse passado todo uma vida, desde a infância até a velhice, e depois retornando a ser criança para então envelhecer novamente. Os dias passam e a eternidade me parece algo insuportável.
Passei muito tempo deitada, aceitando o que me era dado para saciar a fome, uma fome sem fim. Me lembro da primeira noite em que puder sentir no que se baseava a minha fome. Ou seria sede?
Estava em minha cama, a mesma cama que dormia quando ainda era viva, e o lorde veio me visitar, não poderia deixar de mencionar o quão belo era aquele ser apesar de todo o medo que nutria em meio peito por aquela criatura, que até aquela noite ainda era bastante desconhecida para mim.
Ele veio andando lentamente, como quem valsa se aproximou de mim e me perguntou
- A criança tem fome, sente vontade de beber algo. Sua voz parecia uma melodia da qual eu poderia passar a noite ouvindo e ainda assim não me cansaria de me inundar com aquele som maravilhoso. Mas havia algo na pergunta dele que realmente chamou minha atenção, eu estava com fome, muita muita fome, mas não tinha vontade de comer nada. Mas ele parecia ouvir tudo o que eu estava pensando e se aproximou de mim, se ajoelhou no chão ao meu lado na cama e trazia em uma de suas mãos uma taça de cristal, que brilhava e cintilava contrastando com o líquido escuro que jazia dentro dela. Eu senti o cheiro e quase por impulso senti meu corpo se erguer e mais rápido do que a minha mente pode acompanhar eu já estava aos pés de Lúcios, olhando paralisada a taça e desejando sentir o gosto daquele líquido que me parecia muito com vinho mas eu sabia desde o momento que coloquei meus olhos nela que o cheiro era muito melhor que vinho, era uma aroma diferente de tudo que já havia sentido em minha vida. Segurei a taça e Lúcios não fez objeção aos meus movimentos, apenas sorriu e fez um sinal com a cabeça como quem indica para continuar a fazer o que já havia começado, a esta altura minhas mãos já envolviam aquela taça e minha boca sentia pela primeira vez o gosto do sangue humano. Não fazia idéia de como era maravilhoso e saboroso aquele líquido.